terça-feira, 23 de junho de 2009

Coluna de Ana Paula de Carvalho - Bem Paraná

Caça ao diploma de jornalista na inquisição chamada Gilmar Mendes
A imprensa, também chamada de quarto poder, sempre é tida como a vilã para os erros da sociedade como se os jornalistas tivessem responsabilidade sobre a corrupção de políticos que pulula em Brasília, a compra de votos nos currais do nosso país, o abuso de poder ou o tráfico de influência. A verdade estampada nos jornais fere quem não tem compromisso com a ética e com o uso correto da máquina pública e de sua responsabilidade com relação à população.
Essa mesma verdade com que os jornalistas são “contaminados” com certeza incomodou o magistrado Gilmar Mendes, que processa jornalistas que o criticam e acredita em uma imprensa controlada.
Quem sabe no governo chinês ele fosse feliz ao controlar o que é noticiado ao mundo. Nem precisamos ir muito longe. Se fosse braço direito de Hugo Chavez, “el Mendes” teria carta branca para impor um regime de perseguições a bel prazer e sem nenhum respaldo legal a cumprir.

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Contradições
Em uma época em que o governo federal aposta no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) numa tentativa longínqua de excluir o vestibular e quando lança mão de uma estudante indo às lágrimas dizendo que o sonho dela era fazer Medicina, que exemplos contraditórios estamos recebendo?
Um país de todos ou um país para quem seguir a cartilha do bom cidadão, onde bom aqui se entende em concordar com tudo e fazer vistas grossas ao que não dá certo em várias áreas da vida em sociedade?
Jornalista não é aquele que só critica, mas quem também busca sugerir soluções, é a voz dessa sociedade ao exigir o combate à violência, ao expor nas manchetes as filas de idosos todas as manhãs em busca de senha para conseguir atendimento médico, ao brigar pelo direito dos contribuintes para que seu dinheiro seja bem investido.
Quando o governo estipula regras para regular o estágio que era usado por muitos empregados para ter mão-de-obra barata, agora uma decisão do STF vai contra a maré ao potencializar um fenômeno que já provoca um estrago razoável na composição das redações dos grandes veículos de comunicação: a proliferação de trainees, que agora passam a ser fábricas doutrinando futuros “jornalistas”.
Ao invés de termos viabilizado a melhoria dos cursos de jornalismo, de termos criado condições para que os grandes jornalistas brasileiros se animassem a dar aulas para os jovens aspirantes a repórteres, chegamos a esse abismo no fundo do qual se comemora uma derrota.

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Um comentário:

Unknown disse...

Achei excelente o texto da coluna de minha amiga e jornalista Ana Paula e resolvi publicar aqui pra compartilhar com vocës que seguem meu blog!
Sulamita