quarta-feira, 15 de julho de 2009

Internet nas campanhas eleitorais

Impossível não me lembrar de um episódio que me aconteceu logo nos primeiros anos do uso da internet como meio de comunicação corporativa.
Um colega, conhecido pela sua forma autocrática de ser, me chamou pra conversar, estarrecido com o tanto de "bobagens que estavam passando pelo email". Concordo com a análise dele, porque se tratava de uma novidade e como em toda novidade a reação é de curiosidade e uso até esgotar...é claro que precisa de regras, mas me recordo que na época o que mais me chamou a atenção é que ele estava era procurando uma forma de censura, se não com regras, com intimidação, chamando as pessoas e passando um sabão...ele estava totalmente na contra mão do que o pessoal de informática tava pedindo, que era provocar que os colaboradores deixassem de ter medo do computador e que o usassem.
Entonces, as regras tinham que existir, mas não poderiam ser censuráveis, no sentido de tolher a vontade e causar medo do novo brinquedinho, ops, do novo instrumento de trabalho.
É sempre importante lembrar que a internet é uma ferramenta de trabalho e assim como você não deve pegar o telefone e abusar com ligações pessoais, não deve fazer uso dos meios digitais de forma abusiva.
Mas hoje não me aprofundarei no tema dos usos dos meios digitais na comunicação corporativa e vou à ideia que originou este post que é o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados para o uso da internet nas campanhas eleitorais. Não tem como não rir! E olha que não sou expert em meios eletrônicos, mas até que sei de sua forma e força como meio de comunicação.
Ri de perceber o desespero da tentativa de controlar, como se fosse uma concessão governamental para sites, blogs, twitter...oras, podem até controlar os sites de noticias dos meios de comunicação, mas não podem controlar a rede mundial. Essa força de comunicação, de meios digitais de comunicação, é um anarquismo que deu certo. Há regras a serem seguidas, mas acima de tudo, há o livre arbítrio ditado por um botãozinho chamado “delete”.
Não tem como controlar o mundo virtual, mas tem como voltar a ensinar o que é ética, tanto nas famílias quanto nas escolas. Tem que voltar a se ensinar a importância das palavrinhas mágicas, ”por favor, com licença, obrigada.” Que os políticos e a população tenha ética e não que os meios de comunicação sejam controlados porque estariam tirando com a cara de um político. Oras, o meio corporativo já percebe que tem que ser transparente, por que os políticos, que a gente colocou lá naquele cargo pra nos representarem, continuam insistindo em ser opacos?
A proibição libera e amplia o uso de novas formas de divulgar. Libera a criatividade deste povo altamente criativo, que é o povo que trabalha com comunicação - jornalistas, publicitários, relações públicas, designers. E com certeza, se a proibição vingar, este povo já estará a mil procurando alternativas inteligentes pra contorná-la.
Me fez lembrar da imprensa alternativa, dos jornais nanicos...mas esta é outra história...será?

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