Puxa, fiquei chateada de ver que o assunto “diploma para exercer o jornalismo”, voltou à tona. Não falo como profissional da área de comunicação, como jornalista, mas como cidadã. Puts, o que mais treinamos é o distanciamento do fato, de relatar não com nossos olhos, mas com os olhos de quem está nos contando um fato; de mediar opiniões, mas não emitir opinião! Já tive diversas vezes a experiência de receber textos de pessoas que não eram jornalistas e a gente percebia a forma tendenciosa em que foi escrito ou não se compreendia nada do que o texto queria dizer!
O que mais me chateia nessa discussão toda é o fato de que nós, jornalistas, não conseguimos mostrar pra sociedade qual é nosso papel! A sociedade não percebe nossa importância na liberdade de expressão!!
Ou será que quem está lutando pela extinção da lei de imprensa imagina que os meios de comunicação terão MAIS LIBERDADE PRA FALAR SOBRE DETERMINADA COISA!!! Oras, vamos de uma vez por todas deixar de ser ignorantes...quem determina o que irá pro ar, o que será publicado nunca foi e nunca será o jornalista, mas sim o DONO DO JORNAL, TV OU RÁDIO!!!
Oras, minha avó sabia fazer uns chás maravilhosos, que realmente curavam algumas doenças! Então minha avó ou a sua ou nossas mães ou nós mesmos, temos o direito de exercer a profissão de homeopatas?!
Dizer que com a extinção da lei terá mais abertura pra alguns profissionais poderem escrever sobre determinado assunto, até irrita! Quem já foi assessor de imprensa e vê os textos extremamente técnicos, escritos pelo seu assessorado, sabem que é preciso uma adaptação de linguagem senão ninguém entende nada. Ta bom, Sulamita, ta bom....e eles não podem aprender? É isso que o jornalista faz...aprender a escrever na terceira pessoa, pra poder ser neutro, ouvir mais de um lado, pra fazer com que o próprio leitor ou ouvinte tire suas conclusões...ISSO É LIBERDADE DE EXPRESSÃO!
A lei pode ser adaptada, modernizada, mas não extinta! “Entre a liberdade de imprensa e a liberdade de governo, fico com a primeira, pois sem ela, não pode existir a segunda”. Não me recordo de quem é esta frase. Estava no discurso de minha formatura.
6 comentários:
É isso aí Sulamita!
Concordo contigo!!
É claro que a obrigatoriedade do diploma não faz com que todos que o tenham saibam escrever ou exercer de forma ética o jornalismo, mas ajuda a selecionar os mais interessados em cumprir este papel.
Bom, espero que consigamos manter a nossa liberdade de imprensa, ainda que seja restrita como é hoje.
Valeu, Sulamita!
Os caras querem acabar com a obrigatoriedade do diploma para baixar salários e tornar as redações ainda mais subservientes.
Os jornalistas formados é que lutam por liberdade de imprensa. Os donos de jornais lutam por anarquia, para que tenham um poder desmedido para destruir adversários políticos/comerciais.
Abraço!
Oi Sulamita,
Enquanto os defensores do fim do diploma usarem argumentos como "escrever bem" ou "conhecer o assunto" não há como avançar na discussão. Jornalista é muito mais que isso, e o nosso trabalho exige, além de técnica, compromisso com a ética e apuração das informações. Sim ao diploma!
Isso aí Sulamita!
Acabando com a obrigatoriedade do diploma é como falar que a faculdade de jornalismo não serve para nada, que não aprendemos nada nela. É como anular um curso que dura 4 anos.
Se existe o curso é porque tem um motivo para ele existir. Quem passa por um curso de jornalismo desenvolve técnicas e aptidões para lidar melhor com as informações e pelo menos discute a ética na profissão. (coisa que está faltando por aí)
Beijos!
Gostei de seus argumentos. Sou jornalista diplomado há mais de 30 anos. O que os donos dos veículos de comunicação querem é rebaixar salários, apenas isso. Que liberdade de imprensa nada, eçes querem é liberdade de empresa, apenas isso.
Olá Sulamita, você esteve no IBPEX esses dias e eu tive o privilégio de estar na turma lhe ouvindo. Quanto ao assunto do seu post, concordo com a obrigatoriedade do diploma. Eu mesmo não sou jornalista, mas gosto de escrever e dar meus pitacos na sociedade, mas isso não é jornalismo. Profissionais de várias áreas devem continuar escrevendo, para que todos possam interagir nesta convergência cultural que as mídias estão nos propondo. Porém, a necessidade de profissionais de jornalismo continua, para estabelecer, com a técnica comunicativa necessária, esse elo entre os geradores de notícia e a sociedade. Mas não vamos nos esquecer da melhoria no ensino da profissão, que deixa muito a desejar.
Parabéns pelo blog e sucesso na empreitada!
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