quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quando as regras passam por cima dos objetivos

Uma empresa deve planejar sua comunicação interna analisando quem é seu público e qual a finalidade daquele meio. Normalmente elas fazem um jornal, um mural ou agora que é moda, uma intranet ou um newsletter, só com a intenção de informar.
E o pior é que fica no "informar" mesmo...sem comunicar. Excesso de texto, desconhecimento do que o público interno quer ler ou o que é de seu interesse. Ou seja, mais um mural, jornal etc, para constar nos relatórios de que se faz alguma ação para o público interno. Mas PARA QUÊ?
Mesmo que o objetivo seja informar sobre determinada obra ou decisão da empresa, é preciso entender que comunicação é inter-relacionamento. É preciso sensibilizar quem está nos lendo. É a tal da empatia!!! Senão vira regra...e que triste se vira só uma regra, pois muitas vezes uma regra perde o fio da meada de sua função.
Nas minhas pesquisas sobre endomarketing, há muito tempo li em algum lugar que algumas empresas exigem tanta produtividade, metas doidas de produção diária tão desafiantes que o mural não faz efeito, pois os colaboradores têm receio de “perder tempo” lendo o jornal. Pode ser que alguém passe e ache que eles estão “matando serviço”. Mais ou menos o que acontece com quem trabalha com comunicação e tem que ler o jornal todos os dias, quem passa acha que não estão trabalhando (ainda bem que hoje existem os jornais virtuais – rs).
Em resumo o que quero explicar é que na hora de “institucionalizar” os meios de comunicação internos, muitas vezes a empresa perde sua principal função de integrar, de aproximar, pois é tão difícil ter acesso ao meio que é preferível priorizar a “rádio peão”.
Isto aconteceu aqui em casa...na minha dor de informar aos amigos de meu pai que o conheciam aqui em nosso edifício, coloquei um aviso escrito à mão, pois na minha sensibilidade achei que escrever à mão – como antigamente – demonstraria mais minha afetividade! Qual nada! recebi um carão feito criança mal criada, com um aviso no elevador, substituindo meu aviso, lembrando as regras do meio (que até então não existiam...). Usarei novamente este meio? De maneira alguma, prefiro o “rádio peão” e vou avisar aos amigos sobre as festas e as coisas ruins, batendo nas portas e nas conversas em volta da piscina.
Se “errei” (mas lembro que até então não existiam regras definidas para o uso do aviso no elevador) eu poderia ser informada de outra forma. Ou pelo menos poderiam ter esperado e não já na volta da missa de sétimo dia.
Poderiam ter esperado um pouco mais, ter construído as regras do uso do meio e informado a todos sobre elas. Ah sim, esta é outra falha da comunicação interna: ou não ter regras mínimas de uso que sejam conhecidas de todos pois os meios de comunicação internos SÃO DOS COLABORADORES, ou então não divulgar sobre as regras!! Piadinhas de baixo calão, fofocas dos outros etc, não podem ser permitidas, mas em alguns momentos uma receita do bolo da dona Maria, pode ser motivo de muitas conversas de integração entre os colaboradores!

Um comentário:

Fábio Kiil disse...

Por via de regra (não poderia ser oração mais adequada para o início deste) estamos muito longe da aceitação da comunicação seja ela em qualquer formato.
Absurdo é as pessoas não admitirem que nos primórdios da civilização, mais epecificamente no Egito na pré-história, havia uma certa comunicação que deram o nome de demótica e hieróglifica se não me engano. Escreviam já no papyrus, desenhavam e escreviam nas paredes, etc etc. Agora Sula, imagine se ao invés da anotação à mão com esferográfica vc tivesse utilizado um batom no elevador no alto da sensibilidade a fim de informar a dura perda?
Adorei seu texto. bjs e até mais ver
Kiil