domingo, 21 de março de 2010

Olho no olho - liderança

Há bem mais de um ano, todo domingo, dispara o alarme contra furtos de uma casa aqui nas redondezas de onde moramos! Dispara pelo menos umas quatro vezes ao dia! Eu se fosse ladrão até já saberia quais as horas que não tem ninguém em casa...
Isto pode ser observado também nas empresas ou nas relações sociais. Quantas pessoas disparam aquele alarme horrível, desrespeitoso, incomodativo na vida da gente? Quantas pessoas ganhariam muito mais se ficassem quietas?
Pois é, algumas pessoas confundem feedback, seja na vida pessoal ou profissional, com gritos e dedo de cobrança na cara de quem cometeu o possível erro.
Não confundam a necessidade de dar retorno do que o funcionário está fazendo, de falar suas considerações ao serviço realizado ou de ter que chamar a atenção por algo distorcido dito ou feito – o chamado feedback - , com falta de respeito pelo outro! O que ainda observamos, quando as pessoas dão retorno a outras – seja familiar ou profissional - é o desrespeito com suas dificuldades, sejam de realizar uma tarefa ou sua falta de entendimento de como fazer. Inclusive, atualmente se aconselha o feedforward, que é a orientação de como melhorar, mas enquanto a ação está ocorrendo. O feedback é após o acontecido. O que é preciso, de qualquer forma, é apontar e ensinar como se quer no futuro, mas apontar de forma assertiva. Desqualificar a PESSOA, o colaborador, está completamente errado. Sempre fale do trabalho e não da pessoa. Quer um exemplo? Uma vez me falaram que eu estava sensível, como comportamento, mas nunca soube profissionalmente o que isso significava.
Eu não costumo usar a palavra "culpa". Eu a substituí há muito tempo pela "responsabilidade". Quando afirmamos que determinada é culpada de algo, já estamos julgando e nem dando chance de explicar seu ponto de vista. Quando afirmamos que é responsável por algo, estamos dando a real chance de que se responsabilize pelo resultado e também pelo ajuste ou explicação de porque está fazendo de forma diferente da que sua chefia gostaria.
O que aqui vou chamar de “liderança do medo” é resquício de outra época de relações no trabalho. Já não se pode liderar ditando ordens e regras com a máxima de “manda quem pode, obedece quem tem juízo” - por incrível que pareça, eu já ouvi isto. Além dos direitos jurídicos de cada um, tem o lado do respeito humano, da convivência e no mínimo, da boa educação.
Essa empresa paternalista, lidando com o ambiente como se fosse uma grande família, já não dá mais certo. Toda família tem brigas, sapos engolidos e mágoas não resolvidas, assim como coisas boas. O empresário que ainda administra seus negócios com esta filosofia tem muito a perder. Há necessidade de ver a pessoa integralmente, de conhecer seus colaboradores para compreender suas necessidades, competências e limitações. E para isto, a comunicação é a que dita as regras. Um gestor ditador pode ter seus colaboradores fazendo o que ele quer por medo ou por necessidade. Mas é uma relação que tem data para terminar: seja o funcionário recebendo uma proposta de fora, seja terminando aquele projeto e sabotando no que for possível (tanto na informação como no trabalho), ou procurando seus direitos na justiça!
Respeito é bom e todos gostam! As palavrinhas mágicas e o “olho no olho”, ainda contam mais do que voz alta ou a enganação da boa lábia.

Didática e conteúdos em sala de aula

Quantas vezes, em sala de aula, a gente se pergunta por que estamos aprendendo determinado tema... Quantas vezes a gente opta por um curso por causa do nome do professor, um profissional reconhecido no mercado...
Essas reflexões são necessárias e cada vez mais válidas, principalmente porque temos outros meios que concorrem com a aula presencial, que são os meios virtuais disponibilizando informações e “ditando regras”.
Concordo que o aluno pode ir até o Google, por exemplo, e conseguir as informações. Porém, devemos sempre questionar se o que está na rede é verdadeiro, pois já há essa discussão de que muitas besteiras são escritas e estão sendo usadas como referência.
Penso que justamente aí pode estar nossa reflexão do que fazer com os alunos, com relação à educação.
Que haja um questionamento e uma verificação sobre a veracidade do que está nos meios virtuais antes de usar como referência. Tomar cuidado para não serem citados como se fossem os donos da verdade, sem uma investigação e análise do conteúdo, podendo, sadiamente, ser questionado – fato que ocorre também com alguns veículos de comunicação formal, algumas revistas, que ditam regras sociais sem serem questionadas.
Ainda falando da educação formal, que os professores baseiem seus conhecimentos teóricos com suas experiências e tragam "cases" para enriquecer ainda mais as aulas, já que o conhecimento "frio" eles podem buscar nas redes virtuais.
Creio que as aulas à distância ou mesmo as redes sociais não substituirão as aulas presenciais em 100% dos casos, pois os alunos não buscam só conhecimento, buscam também relacionamento e rede de negócios(network) e inclusive aceitação social, fazendo parte de um grupo.
E como professores, devemos utilizar as novas ferramentas virtuais, pois elas fazem parte do dia a dia do profissional que está em sintonia com o mercado em que atua, mas não podemos deixar de respeitar o aluno e procurar adequar a comunicação com o referencial dele, do contrário faremos o mesmo papel de descarregar informações e não sei se seremos tão atraentes quanto os meios virtuais!
Por isto ainda sou a favor da aula presencial, mas que utilize de todos os meios para poder concorrer de forma atrativa com outras fontes de conhecimento, inclusive com o prof. Google – como Claudiane, diretora do Cepdap, chama.

sábado, 6 de março de 2010

Carpe Diem

Tem vezes que a gente faz um balanço da vida!

Hoje a primeira coisa que fiz foi admirar o céu em seu azul rosado do amanhecer e pensar em como sou feliz em fazer parte da vida e a primeira coisa que fiz ao acordar foi rezar um Pai Nosso, saudando o dia e agradecendo por ele!

Na verdade deveria fazer isto mais vezes e hoje especialmente, é impossível não parar para pensar na vida depois de tantas emoções que tive nestes últimos dias! Alegrias e tristezas! Ganhos e perdas! Festas e óbito!

Mas este é o movimento da vida! Há muitos anos escrevi que se a vida fosse estável estaríamos mortos, pois o único movimento para frente, em linha reta, é quando o cardiograma aponta que estamos mortos! O mais são movimentos - ondulados, de preferência, ou, inevitalvemente: pontiagudos... mas é movimento, é vida!

E neste balanço dos últimos dias, posso dizer com certeza que sempre vivi intensamente meus dias! “Carpe diem”, muitos falam e se emocionam ao ver esta forma de vida em filmes e poemas, mas são poucos que podem dizer que vivem esta filosofia. EU POSSO!

Aprendi a acreditar em mim e em meu potencial. Aprendi a esconder meus medos para que eles me motivassem e não me paralisassem. Aprendi a “amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, já diz a canção. O resultado disto tudo é uma vida cheia de movimentos e prazeres. Construída em cima de MUITA batalha, aplausos e críticas.

Já ouvi um ditado que diz que o bom marinheiro não se faz em águas calmas, pois apesar de amar caiaque e me impressionar como já devo ter vivido sobre a água em outra vida, tenho certeza que minhas águas não foram calmas.

Estou embarcando em outra etapa de minha vida, em outro momento. Na maravilhosa e inesquecível celebração da formatura de minhas filhas, muitos amigos e parentes queridos me falaram que estava encerrando uma etapa de quatro anos. Pensei: não são quatro anos...é a vida de meus filhos, 25! Assumi meus filhos praticamente sozinha. Nadei contra a maré de muitos e fico imensamente feliz em saber que sou realizada! Tive que boiar e aprender o movimento das correntezas, mas sou realizada!

Meus filhos encaminhados em suas escolhas me deixam mais do que orgulhosa, vitoriosa! Tenho certeza que terão seus tombos e escaladas e que SEMPRE estarei por perto com a mão estendida ou uma palavra virtual, se estiver distante!

Minha profissão batalhada e suada com muito esforço. Mais de um emprego para poder manter os três filhos num padrão que pudessem se assemelhar aos primos e amigos. Trabalhando mais de oito horas diárias nos últimos anos e ainda sendo voluntária em ONG e Sindicato. Lecionando à noite e participando intensamente do que meus amados filhos viviam, fazendo escaladas, acampando, vendo filmes, cozinhando, lendo, viajando...um cuidando do outro, como nas férias onde descobri na volta, que os três fizeram uma escala para me fazer companhia! Ou ontem, na formatura, que combinaram que um dos três seria responsável pela volta do baile pra eu poder viver intensamente este momento tão significativo para mim!

Tenho amigos que já seguraram muito minha mão, que me mostraram caminhos e me tocaram o ombro por vários motivos. São eles os parentes escolhidos para a caminhada e como fazem falta quando não podem estar por perto...

Vivi amores que me mostraram que a vida não é feita só de suor pelo trabalho! Como disse certa vez ao meu maravilhoso amigo Roberto Freire - a quem devo muito de minha vida e sempre tive admiração na adolescência e o imenso prazer em ser sua amiga num dos momentos mais difíceis de minha vida que foi quando me separei - se eu escrevesse um “Ame e dê vexame”, venderia tanto quanto o dele...pura pretensão, é óbvio, mas fico feliz em ter belas histórias.

Enfim o rito de passagem da formatura de minhas filhas gêmeas não foi delas, foi meu. Sou a mulher mais feliz do mundo e hoje nasço de novo para a vida! Um novo caminho a trilhar, novos projetos de vida para realizar. Tenho muito por realizar e já estou com as mangas arregaçadas. Em outro ritmo, com outro fôlego, mas estou preparada para esta nova vida e fico feliz em saber que tenho muitos que já estão comigo nesta trilha e ainda encontrarei pessoas e situações fantásticas e desafiadoras. Que meus medos sejam de cautela e não me paralisem!

Altos e baixos...esta é a vida e fico feliz de estar nela de passagem, mas uma passagem intensa com Deus que me guia e ensina todos os dias! Obrigada Deus, pela oportunidade de viver!